Uma boa opção para aqueles que no ano de 2014, que se destacar nos estudos ...
O assunto é GENÉTICA ...
Por que o cromossomo X humano recebeu esse nome?
Citogenética, Genética
Marque com um cromossomo se a alternativa a seguir estiver
correta:
( ) fêmeas humanas têm dois xis
e machos tem apenas um.
Não entendeu nada? Fique tranquilo: era só provocação mesmo.
Quando falamos de determinação sexual em seres humanos e em
algumas outras espécies animais, cromossomos chamados de xis quase sempre estão
em pauta. Esses cromossomos fazem parte de dois sistemas de determinação de
sexo, que chamamos de XY e X0.
Nos seres humanos, em especial, os cromossomos xis fazem
parte do conjunto total de 46 cromossomos presentes nas células somáticas – ou
seja, células que não são germinativas, como espermatozoides e ovócitos
secundários.
Nas mulheres eles se encontram aos pares, em dose dupla,
enquanto nos homens somente existe um cromossomo xis.
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RETIRADO: http://www.biologiatotal.com.br/blog/Por+que+o+cromossomo+X+humano+recebeu+esse+nome%3F-16
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Falando em herança, tanto os homens quanto mulheres mantêm
um dos cromossomos xis de sua mãe, sendo que as mulheres recebem o seu segundo
X do pai. Isto é, mulheres têm um xis materno e um paterno, enquanto qualquer
homem carrega apenas a herança de sua mãe em seu único cromossomo xis.
Mas será que isso basta para fazer do cromossomo xis a
vedete da Genética Humana, especialmente em nossas salas de aula de Biologia?
Não, não. Faltou dizer que ele é formado por aproximadamente 153 milhões de
pares de bases, contendo cerca de 1400 genes. E isso representa uma parte significativa
de nosso genoma, cerca de 5% do total de DNA presente nas células femininas,
2,5% nas masculinas. Sua importância também está relacionada ao fato de que o
cromossomo X carrega os genes importantes para se entender uma série de
doenças, algumas com aspectos fenotípicos bastante complicados.
Um bom exemplo é o padrão de herança da hemofilia, já que os
genes relacionados aos fatores de coagulação encontram-se somente no cromossomo
xis. O individuo que tem hemofilia já nasce com esta doença e seu corpo sofre
para estancar até mesmo o sangramento de um corte superficial. O interessante é
que a “dosagem diferencial” entre homens e mulheres faz com que tal moléstia se
expresse de maneira absurdamente mais frequente no sexo masculino.
A maioria dos professores de Biologia e seus estudantes
sabem de tudo isso, do mesmo modo que sabem montar belos cariótipos a partir de
fotos de metáfases. Nesses esquemas, sejam eles cariótipos verdadeiros ou
idiogramas, um momento importante (quase forense, para os alunos) é o de
localizar e parear os cromossomos sexuais. Assim eles definem o sexo do
indivíduo em questão e, por vezes, topam com uma anomalia numérica que o
professor sorrateiramente escolheu para cativar a turma. Muitos desses
estudantes e mesmo professores, porém, acreditam que o cromossomo xis é assim
chamado porque sua forma lembra a grafia da letra “X” de nosso alfabeto latino.
Mas a coisa não é tão simples assim. Foram necessários muitos anos para que os
cientistas aprendessem o que sabemos a respeito dos cromossomos. E até meados
de 1955, inclusive, os biólogos descreviam os seres humanos como donos de 48
cromossomos (tal quais os macacos), ao invés dos 46 que hoje observamos
facilmente.
A questão é que entre todos os cromossomos humanos, seria o
de número 45 o detentor maior dos mistérios. Ele, o cromossomo xis, estava
envolvido numa série de doenças “geneticamente carregadas” pelas mulheres, como
a hemofilia (da qual já falamos) e o daltonismo, que (praticamente) não afetava
suas portadoras, mas frequentemente seus filhos homens. E aqui está a resposta:
foi a estranheza de sua natureza que batizou o cromossomo xis, não o seu
formato! Um legado da Álgebra, onde o símbolo “X” representa até hoje um valor
desconhecido, uma incógnita.
Aliás, sabemos todos que se o motivo do nome fosse a forma
da estrutura, a maior parte dos cromossomos deveriam ser chamados de xis. E aí,
pobre do cromossomo ípsilon – lembra dele? –, que ficaria lá sozinho no
cantinho dos cariótipos masculinos, como uma letra de ponta-cabeça que define
se ao nascer seremos machos ou fêmeas. Mas seu nome também não tem nada que ver
com sua forma e resulta tão somente de que sua descoberta tenha se dado logo em
seguida ao cromossomo xis.
Tempos depois, cientistas decifrariam ainda um novo
mecanismo de determinação sexual, comum em alguns répteis, aves e mesmo
insetos, no qual encontrariam dois novos tipos de cromossomos sexuais. Adivinhe
agora que nome que eles deram a eles? Isso mesmo: cromossomos zê e dáblio.
Aqueles cientistas eram pessoas sabidas, mas talvez um
pouquinho de criatividade não lhes fizesse mal.
Artigo escrito em parceria com o Prof. Marcelo Valério e publicado na revista Ciência Hoje.
Referências:
Angier, N.; For motherly X chromossome, gender is only the beginning. The New York Times, 1 de maio de 2007.
Carrel, L., Willard H.; X-inactivation profile reveals extensive variability in X- linked gene expression in females. Revista Nature: 434 (7031): 400–4. 2005.
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